PRÉ-MELHORAMENTO DA AMENDOEIRA PARA AS CONDIÇÕES DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

Nome: ÉDLEN DOS SANTOS BONELÁ

Data de publicação: 27/02/2025

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
EDILSON ROMAIS SCHMILDT Presidente
JALILLE AMIM ALTOE Examinador Interno
OMAR SCHMILDT Examinador Externo

Resumo: BONELÁ, Édlen dos Santos; M.Sc.; Universidade Federal do Espírito Santo; Fevereiro de 2025; Pré-melhoramento da amendoeira para as condições do norte do Espírito Santo; Orientador: Edilson Romais Schmildt; Coorientador: Marcio Paulo Czepak.
A amendoeira (Prunus dulcis (Mill.) D.A. Webb.) é uma cultura de grande importância econômica e alimentar em diversas regiões do mundo, mas seu cultivo ainda é inexplorado no Brasil. Para viabilizar sua introdução e expansão, o pré-melhoramento torna-se uma ferramenta essencial, pois permite identificar genes ou características favoráveis em materiais genéticos ainda não adaptados, semi-adaptados ou sem histórico de seleção. Neste contexto, objetivou-se, através deste trabalho, realizar o pré-melhoramento da amendoeira, caracterizando a cultura e avaliando seu comportamento em condições tropicais do norte do Espírito Santo, com ênfase na adaptação e no desempenho de plantas propagadas por diferentes métodos. O trabalho está estruturado em quatro capítulos que abordam diferentes perspectivas dessa pesquisa. O capítulo 1 apresenta uma análise bibliométrica da produção científica sobre a cultura da amendoeira, utilizando a plataforma Scopus para identificar tendências de pesquisa, os principais países produtores e as áreas de maior foco científico. A análise de 1.160 artigos publicados entre 2003 e 2023 revelou a predominância de publicações da Espanha, Estados Unidos, Irã, Itália e Turquia. A análise de palavras-chave revelou temas-chave, incluindo genética, melhoramento e estresse hídrico. A análise bibliométrica mostrou-se uma ferramenta quantitativa eficaz para compreender a situação da pesquisa científica relacionada à cultura da amendoeira, proporcionando referências de pesquisas na área. No capítulo 2, foi avaliada a adaptação da amendoeira ao clima tropical por meio de diferentes métodos de propagação, sendo seminífera 1 (mudas de amendoeira obtidas por sementes), seminífera 2 (mudas obtidas por semente, com retirada dos ramos laterais) e enxertia (ramos da seminífera 2 enxertadas no porta-enxerto ‘Okinawa’). Os resultados mostraram que as plantas propagadas por enxertia apresentaram melhores índices de sobrevivência, altura e diâmetro do caule, evidenciando que o uso do porta-enxerto ‘Okinawa’ foi eficaz na adaptação da amendoeira ao clima tropical. No capítulo 3, realizou-se a modelagem da área foliar do clone ‘70’ de amendoeira. Para isso, foram ajustadas e comparadas 12 equações matemáticas (linear, quadrática, potência e exponencial) para estimar a área foliar com base nas dimensões foliares de comprimento (C), largura (L) e o produto do comprimento pela largura (CL), utilizando o software R. A equação quadrática, em função do produto comprimento por largura apresentou o melhor ajuste, sendo validada pela raiz do quadrado médio do erro (RQME) e erro absoluto médio (EAM) mais próximos de zero e índice de concordância de Willmott (d) mais próximo da unidade, sendo a equação dada por AFE= 0,0865 + 0,6517 + 0,00152. No capítulo 4, foi avaliada a diversidade genética de amendoeiras no norte do Espírito Santo, considerando os efeitos da propagação vegetativa por clonagem e da propagação por sementes no desenvolvimento das plantas e sua resistência a doenças. Foram analisados 226 indivíduos, sendo 64 clonados e 162 originados de sementes, dos quais foram mensuradas variáveis como número de brotos, número de brotos acima dos 100 cm, altura e diâmetro do caule, e incidência e severidade da doença "furo de bala". Foram estimados como parâmetros genéticos a variância ambiental, coeficiente de variação experimental, variância fenotípica, variância genética, herdabilidade no sentido amplo, coeficiente de variação genético e índice de variação. A análise permitiu identificar genótipos com maior porte e menor suscetibilidade a doenças, destacando sua aptidão para propagação e utilização em programas de melhoramento da cultura. Por meio dos estudos de pré-melhoramento, foi possível confirmar a viabilidade do cultivo da amendoeira e sua adaptação ao clima tropical do norte do Espírito Santo, especialmente com o uso do porta-enxerto ‘Okinawa’. Esses resultados representam um passo inicial na seleção de genótipos adaptados, abrindo caminho para futuras pesquisas da amendoeira no Brasil.

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