EFEITO DO ALAGAMENTO NAS RESPOSTAS MORFOFISIOLÓGICAS EM PORTA-ENXERTOS DE CACAUEIRO (Theobroma cacao L.)
Nome: MARIA LUIZA PEREIRA BARBOSA PINTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/02/2020
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| SARA DOUSSEAU ARANTES | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ANDREIA BARCELOS PASSOS LIMA GONTIJO | Examinador Interno |
| CARLOS ALBERTO SPAGGIARI DE SOUZA | Coorientador |
| SARA DOUSSEAU ARANTES | Orientador |
| THIAGO CORRÊA DE SOUZA | Examinador Externo |
Resumo: A resposta do cacaueiro à redução de oxigênio no solo e a recuperação após
suspensão do estresse está associada à plasticidade de cada genótipo, no entanto
estudos que avaliem a influência do porta-enxerto na resposta ao estresse são
escassos. Objetivou-se com este trabalho, efetuar a caracterização morfofisiológica
de diferentes genótipos de cacaueiro como porta-enxertos sob condição de
alagamento, visando identificar marcadores para a seleção precoce de plantas e a
indicação de mudas mais tolerantes para plantio em áreas sujeitas ao alagamento
intermitente. Os porta-enxertos avaliados foram TSH-1188, Cepec-2002, Pará, Esfip02 e SJ-02. Como enxerto foi utilizado o PS-1319. Mudas enxertadas foram
submetidas ao alagamento por 60 dias e a capacidade de recuperação foi avaliada
após a suspensão do estresse. A fluorescência da clorofila a, as trocas gasosas e o
teor relativo de verde foram avaliados ao longo dos períodos de alagamento e da
recuperação. Ao final de 60 dias de alagamento e 30 dias de recuperação, foi
avaliado o crescimento e o desenvolvimento das plantas, o teor de carboidratos e de pigmentos fotossintéticos, bem como a anatomia de caule e folha. O alagamento
promoveu declínio na capacidade fotossintética aos 7 dias de alagamento. O
acúmulo de biomassa reduziram em função do alagamento no substrato, com 20%
de redução na massa seca total no alagamento. Após a recuperação, ETo/RC e o
DIo/RC apresentaram valores iguais ao das plantas controle, os porta-enxertos
recuperaram o seu desenvolvimento e acúmulo de biomassa, exceto o NF. Todos os
genótipos reduziram a assimilação fotossintética líquida, condutância estomática e a
transpiração, exceto o SJ-02 que foi constante. Houve um acúmulo de açúcar
solúvel total nas folhas durante o alagamento, e os pigmentos foram degradados.
Houve a formação de lenticelas em todos os porta-enxertos, o Pará não apresentou
diferenças na densidade estomática entre os ambientes. O efeito negativo do
alagamento pôde ser percebido pela redução de rendimento quântico máximo da
fotoquímica primária, que ficou abaixo dos valores ideais, de 0,75-0,85, para plantas
sem estresse. O tempo de exposição ao alagamento ocasionou limitações nas
trocas gasosas, o porta-enxerto SJ-02 apresentou as menores taxas de trocas
gasosas nas plantas controle e no alagamento não houve variações consideráveis.
Os porta-enxertos Cepec-2002 e Esfip-02 apresentaram maior acúmulo de
carotenoides. Houve acúmulo de açúcares solúveis nas folhas e raízes durante o
alagamento, os porta-enxertos Cepec-2002 e Pará acumularam menos amido nas
raízes. Após a recuperação os valores de índice de desempenho relativo à absorção
e rendimento quântico máximo da fotoquímica primária começaram a recuperar,
indicando que os danos causados não foram irreversíveis. O acúmulo de biomassa,
o desenvolvimento e o crescimento reduziram durante o alagamento. Os portaenxertos TSH-1188 e Esfip-02 apresentaram maior acúmulo de MSC, MSR e DC.
Após a recuperação todos os parâmetros de biomassa e desenvolvimento
conseguiram se restabelecer, exceto o NF. Através da PCA foi possível confirmar
que as plantas apresentam comportamentos diferentes nos ambientes. Após a
recuperação os porta-enxertos normalizaram suas trocas gasosas, carboidratos e
anatomia, mostrando que o sistema radicular conseguiu restabelecer suas funções.
